Cafh | Meditação à vera (6/14): O Véu de Ahehia

Publicado el 08/04/2024
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O propósito ou a ideia-força que se pretende desenvolver no Véu de Ahehia é o Gozo. Então, cada um necessita averiguar qual é a forma em que mais facilmente, ou mais comumente sente o gozo. E o que é o gozar? Pode ser algo visual, como de cores, ou sabe-se lá o que mais possa ser. Tem gente que sente gozo com uma melodia, em ver a natureza, ou ver o mar, ou ver isto e aquilo.
Então, o Véu de Ahehia simboliza o aspecto manifestado ativo da vida, que é o que nos rodeia, o que vemos. Assim é quando fazemos um quadro imaginativo com aspectos da natureza, ou com a forma em que a realidade se expressa, o fazemos de tal maneira que seja capaz de estimular em nós a sensação de gozo. Então, não se pode dizer exatamente qual é o quadro a ser feito, porque este quadro está fortemente vinculado ao que nos move a experimentar o gozo.
Suponhamos que o que me dê uma sensação de plenitude e de gozo seja ver a majestade da Divina Mãe nas montanhas. Então, se vejo o quadro das montanhas, eu o admiro e sinto plenitude e gozo. Porém, a natureza nem sempre se expressa em eventos que me levam ao gozo. Por isto é que, uma vez que comece a dominar minha emoção, de maneira a gerar a imagem ou a impressão que me causa gozo, começo a trocar a imagem na direção de coisas que, normalmente, são neutras para mim e não me despertam gozo. Assim, verifico se com a troca do quadro, posso gerar em mim o mesmo estado. E, por último, seria ver coisas que me dão repulsão e não sentir mais esta repulsa, porque estes também são aspectos da realidade existente.
Se eu só aprendo a experimentar o gozo com coisas que percebo como prazerosas, então vou encontrar muita dor no mundo, porque a realidade não é em si naturalmente gozosa. Tudo na vida é uma expressão da Divina Mãe, e cada aspecto da vida me diz algo, traz uma mensagem. É a Divina Mãe que está por detrás do véu, como que nos dizendo: “não de detenha nessa miséria, olhe para mim. Veja a transformação permanente. Veja o que há por trás do que parece uma desordem das coisas, a vida que há nisso.” Aprender a descobrir a maravilha da vida, em todos os aspectos da realidade.
Então, começamos pelo que é mais fácil, e podemos ir até onde queiramos ir. Porém, a questão é poder despertar essa plenitude, como algo mais que um gozo sensorial, encarando a vida assim, em todos os seus aspectos, começando, normalmente todos começamos assim, por aquilo que nos agrada. Porém o segredo é desenvolver a capacidade de encarar a vida, em todos os seus aspectos, assim como ela é. E é incrível. Claro que há situações e pessoas que nos desagradam. Porém, se tomamos o processo da criação como referência, que outra expressão há, mais acabada da maravilha que é a vida, do que uma pessoa? Mesmo a que nos desagrada. E foram milhares de milhões de anos que a criação investiu para chegar à pessoa que me desagrada. Tudo é expressão da Divina Mãe.
Não se trata de endeusar as aberrações que vemos na natureza, mas tudo é expressão da vida. Se não for assim, vamos viver agarrados a um quadro que eventualmente nos leva à plenitude, e sofrendo porque o resto da vida é feio, porque também há aspectos da vida que não queremos ver. E isto é a vida.
Podemos senti o gozo, quando vemos uma árvore em todo o seu esplendor de flores ou quando vemos o broto que sai de um raminho. Ou seja, a manifestação ativa da Divina Mãe está em toda parte. Porém, isto não quer dizer que estejamos de acordo com as coisas que estejam mal. Não se trata de uma questão de opinião, mas estamos tratando de reações automáticas que temos.