Cafh | Meditação à vera (14/14): Novatos e Principiantes?

Publicado el 03/06/2024
|

Tudo é motivo para meditação se aprendemos a meditar. E por isso, com respeito a uma pergunta que a sra. fez, de que dizia que, creio que em Ascética Mística, que o exercício de meditação é só para os novatos. Até que reconheçamos que todos somos novatos na vida espiritual, por mais galardões que tenhamos, é muito difícil que tiremos muito proveito da meditação. O que nos vale é que comecemos a fazê-la, porque, talvez, sejamos menos que novatos.
Além disso, ainda a respeito dessa frase de uma ensinança, eu a relaciono com o seguinte: este curso foi escrito bem nos princípios de Cafh, quando inclusive os que teriam que ensinar a meditação não a conheciam bem. De repente se viram na necessidade de ensinar uma meditação que nunca haviam feito, com não mais que alguns exemplos que lhes dava Dom Santiago. Então, estou falando dos primeiros anos de Cafh.
Assim, o que fizeram – e eu recebi estes textos – foram meditações escritas para que a gente aprendesse e as pudesse recitar, porque os Filhos e as Filhas não sabiam o que dizer na invocação, no quadro, enfim, não sabiam o que dizer. Então, alguém se deu ao trabalho de fazê-lo, e escreveu invocações, quadros, e era assim que a gente aprendia. E a gente os repetia. Isso, sim, é para principiantes. Esse curso foi escrito nesta época. Nos princípios, assim foram as coisas. Claro, cada um vai fazendo um caminho para os que vêm.
Não se trata de ser ou não uma questão de principiantes. A meditação é para todos nós, para nos preparar. Claro que quanto mais a gente vá caminhando, e quanto mais a gente vai compreendendo e vai se expandindo, e quanto mais a gente vai compreendendo e vai se expandindo, mais sutil e mais aberta vai ser a meditação. Mas não é que um dia eu vá me graduar, e vá ter um título e vá chegar um dia em que não necessite meditar mais. Quando a sra. olha para os grandes mestres iluminados, como os vê? Meditando. Quer dizer, não é que já superaram isto, mas sim que continuam meditando.
Eu creio que, talvez o que o curso quisesse expressar e que quando a gente faz da meditação um hábito, ela já não é mais somente um exercício. Não é somente algo estereotipado em que aqui digo isto, ali digo isso e lá digo aquilo, e depois terminei. Entro para meditar num estado completamente comum de se ver, em que se fazem as coisas para terminá-la rápido. E até faço o exercício, porém dentro deste estado de consciência. Isto até poderia ser para novatos, mas às vezes isso acontece com pessoas que estamos meditando há 40 ou 50 anos. Quer dizer que há altos e baixos.
A questão é não se dar notas: muito bem; muito mal; 10; 5; 8, mas sim fazer o exercício, perseverar no exercício, fazê-lo sempre pensando em estar presentes para quando a iluminação nos chegue. A estar presente para quando a Divina Mãe tenha uma mensagem para mim. A estar presente para quando minha consciência se expanda para abarcar uma realidade maior. E que eu tenha um instrumento em minha mente e em meu coração, eu esteja presente e aí. E esteja preparada para recebê-lo.
Todos os exercícios que fazemos, inclusive os de meditação, são preparatórios. Algum dia nos vai chegar a grande meditação, ou possa ser que até já tenha chegado algum dia, ou até que não se chegue seguido ou não, mas são preparatórios para estar presentes. Porque, senão, a iluminação, a luz que sempre está, me escapa e nem me dou conta.