Cafh | Meditação à vera (7/14): A Ressurreição de Hes

Publicado el 15/04/2024
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A Ressureição de Hes é outro assunto, e ela depende muito mais da característica de cada um, de como a gente pode ir mais além do Véu de Ahehia e ver um pouco do que há por trás. Há pessoas que o fazem através de palavras. Há pessoas que o fazem através do silêncio. Há pessoas que o fazem através da imaginação.
Porém, imaginemo-nos no segundo anterior ao Big-Bang... O que há? Tudo é potencial. Não o podemos imaginar, pois com a imaginação iríamos fazer um quadro imaginativo, mas podemos sentir-nos em silêncio e tratar de penetrar, segundo a psicologia de cada um, em como a gente pode ir mais além de tudo o que a vida lhe diz. E cada um tem que encontrar a maneira de ir por aí. Alguns têm certas experiências visuais, o veem como algo. Outros não, para outros é como se submergissem em luz, outros em escuridão. Cada um está buscando sua via. Porque este é um lugar onde ainda nada acontece.
O efeito é o arroubamento. Como devemos entendê-lo? Como fundir-se com a Divina Mãe?
Não se entende...
Busque entrar nesse túnel que leva para onde ainda não acontece nada. E veja quanta expansão pode ter aí. Intelectualmente não é possível descrever, mas somente se pode experimentar. Então, isso é um desafio. Termos que ir mais além do Véu de Ahehia, um pouco mais além de tudo isto que estamos vendo, deste tempo tão relativo que não é fixo, desta construção. Não é algo que se entenda, é algo que nos acontece.
Agora, atuando um pouquinho mais abaixo, digamos, com menos ambição, é importantíssimo meditar a Ressurreição de Hes, porque este é o único momento em nossas vidas, essas meditações são os únicos momentos em que nos dedicamos a reconhecer que há algo muito mais além de todo o manifestado. Que não podemos entender, que não nos entra na cabeça. Mas nós sabemos que há algo que está mais além. E se dedicamos um tempinho, de vez em quando, a esse trabalho, não imaginamos o que possa nos acontecer na alma. Simplesmente, sentar-se a pensar, a concentrar-se e dizer Divina Mãe, de tudo o que conheço, de tudo o que não conheço, de todos os universos que existem e que não faço nem ideia. De trás de tudo isto estás Tu. Aí quero chegar. Ao dedicar-nos, de vez em quando, a isto, não fazemos ideia do que possa acontecer em nossa alma.
Pode-se pensar que a meditação da Ressurreição de Hes seja se colocar aos pés da Divina Mãe. Mas também há que a compreenda como se fundir com a Divina Mãe. Entre estas duas possibilidades, o que ela significa, de fato? São todas expressões da mesma coisa. E cada um encontra sua trilha para fazer sua viagem ao desconhecido. Não temos todos a mesma nave. Não nenhum conflito com essas expressões. São formas de chamar de Divina Mãe, essa janela para o desconhecido. Podemos colocar-nos de joelhos ante a essa imensidão, ou podemos ver uma mulher com um véu e dizer que aí vemos a eternidade. E, dependendo da imagem que façamos da Divina Mãe, aí eu estou com ela. Se dizemos que nos colocamos aos pés da Divina Mãe, isto que dizer que nos colocamos aos pés da criação; ou não nos colocamos assim, aos pés de nada nem de ninguém, e voamos. E vamos, e voamos pela eternidade, que nos diluímos nela.
Cada um encontra sua trilha. Mas não tomemos isso rigidamente, como se essa fosse uma expressão distinta daquela outra. Isso nunca vai acontecer. Não é uma questão de palavras. Então, o que acontece é que, quando lhe ensinam os temas de meditação ou a meditar, necessitam dizer algo, necessitam dar-lhe uma pauta para poder começar, mas depois, use suas palavras. Crie suas palavras, porque essa é sua meditação.
Se tiver que ensinar a alguém, então o dirá, por onde deve seguir. Mas quando cada um medita, usa as suas palavras, o seu canal interior, abre a sua janela. Sem dizer, eu abro a janela porque quero ver isto, não, vou abrir a janela para ver o que há. Podemos ir ao seu interior, e chegamos até o coração. E esta viajem que se descreve por todos os universos, eles a fazem indo à intimidade de seu coração. E mais profundo, e mais profundo. Com todas as dores da vida, com todas as alegrias. Com todas as experiências. E o que há por de trás? E o que há por de trás? E assim chegam à Ressurreição de Hes.
Quer dizer, não há só uma cartilha. O que, sim, é importante é se concentrar em penetrar numa realidade mais além. Ou se não a penetramos, pelo menos, considerá-la uma realidade mais além de todo o manifestado. E de tudo o que não sabemos, mas sabemos que existe porque alguém nos conta. Bem, e depois, depois, depois. É bom que destinemos algum tempo de nossa vida a isto, para pensar nestes termos.