Estou no presente e tomo o que a vida é para mim agora. Vivo esse instante com o que traz, e o deixo ir.
Agora mesmo estou aqui. Isto é o que tenho agora. E o deixo ir. A renúncia está no instante presente. Enfoco minha consciência no presente. Detenho o movimento que me leva para trás, para o passado, recordando, pensando, lamentando, sentindo falta, ressentindo. Detenho o movimento para frente, para o futuro, sonhando, projetando, desejando, especulando.
Neste renunciar se produz um vazio dentro de mim. Este é o limite que tenho que cruzar. O que há quando não há passado nem futuro? Detenho-me um instante em meu coração. Que encontro? Silêncio insondável. Infinitude. O desconhecido. Não há diferenciação. Só Presença.
Não é fácil estar aqui, às vezes só é possível por alguns segundos, talvez alguns minutos. Isso é liberação. A liberdade às vezes assusta, dá vertigem. Põe o poder, a responsabilidade nas minhas mãos.
Como é o meu mundo? Vivo no mundo que vou criando.
Escolho ficar na segurança que me faz pensar que não tenho nenhum poder para mudar algo? ou escolho ousar pôr em marcha o meu potencial para ser um ser humano integral, pleno e com a capacidade de criar o bem à minha volta? Escolho a esperança.
Preciso de uma vida de prática ascética e mística para alcançar esse ponto interior. Preciso ir me conhecendo, ir simplificando, ir silenciando o ruído interior para poder penetrar nesse santuário.
O que sou?
Sou o Ser Humano. Sou o ser humano que nasce, que vive, que morre. O que sofre, o que está solitário, o que esta desorientado, o que se dá por vencido. Sou o que desfruta, o que sonha, o que luta, o que tem esperanças. Tudo está em mim e o abraço.
Posso ver além de minhas roupagens, de meus condicionamentos. Posso ver além dos pares de opostos que tudo devém, que tudo flui na corrente contínua da Consciência. Como raios de luz coloridos que fazem parte de uma única luz.
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