24/03/2020

Stabat Mater

STABAT MATER

A Mãe piedosa estava,

junto à Cruz e chorava

enquanto o Filho pendia.

 

Cuja alma triste e chorosa 

contristada e dolorosa,

fero punhal transpassava.

 

Ó quão triste e quão aflita,

se viu a Mãe bendita.

De tantos tormentos cheia!

 

Quando triste contemplava,

e dolorosa olhava,

do Filho amado a pena.

 

E qual homem não choraria,

se contemplasse a Mãe de Cristo, 

Em tanta dor?

 

E quem não se entristeceria,

Mãe piedosa, se vos visse,

Sujeita a tanto rigor?

 

Pelos pecados do mundo

viu Jesus em tão profundo

tormento a doce Mãe.

 

Viu morrer o Filho amado,

que rendeu desamparado, 

o espírito a seu Pai.

 

Ó Mãe, fonte de amor!

Faz-me sentir sua dor,

para que chore contigo

 

E que por meu Cristo amado,

meu coração abrasado, 

mais viva nele que comigo.

 

E porque a amá-lo me anime,

em meu coração imprime,

as chagas que teve em si.

 

E de seu Filho, Senhora

divide comigo agora,

as que padeceu por mim.

 

Faz-me contigo chorar,

E de verdade lastimar,

suas penas enquanto vivo.

 

Porque acompanhar desejo,

na cruz onde o vejo,

teu coração compassivo.

 

Virgem de virgens santa!

chore eu com ânsias tantas,

que o pranto doce me seja.

 

Faz que sua paixão e morte

tenha em minha alma de sorte

que sempre suas penas veja.

 

Faz que de sua Cruz me enamore,

e que nela viva e more,

da minha fé e amor indício.

 

Para que me inflame e acenda

e contigo me defenda,

no dia do juízo.

 

Faz com que me ampare a morte

de Cristo, quando em tão forte

transe, vida e alma estejam.

 

Para que quando fique em calma

o corpo, vá minha alma, 

A sua eterna glória. Assim seja.